Como se tornar um profissional insubstituível?

Antes que você responda: ser um profissional competente, saber liderar, saber delegar e ser comprometido com os resultados da empresa, pare, respire e pense no que realmente significa a palavra “insubstituível”.

Apesar de as competências mencionadas acima serem importantes, ser um profissional desse porte exige outras habilidades além dessas.

Afinal, tem a ver com liderança, comportamento e – o mais importante – como se relacionar com as pessoas ao redor.

É uma pessoa admirada por seu comportamento como um todo. É aquela pessoa que faz falta quando vai embora.

Sim, porque até o insubstituível se despede da empresa um dia. E parte para crescer em sua jornada e ser cada vez mais único.

Ser confiável e agradável para tratar de qualquer tema

Note que acima falamos de “pessoa” e não “profissional”.

Você não é um robô que aperta o botão iniciar e… pronto: modo profissional ativado.

Um profissional insubstituível é uma pessoa, um ser humano insubstituível.

É uma pessoa que tem consciência de que discordar é muito diferente de arranjar uma encrenca em cada canto para fazer valer sua opinião.

Tem respeito pelas pessoas e, acima de tudo, respeita a si mesmo e a seus limites.

Sabe tratar desde temas mais simples até os mais polêmicos de forma educada, conseguindo expor sua opinião de maneira gentil.

É uma pessoa ética na qual se pode confiar. E que inspira outras pessoas.

Não reprima quem você é

Esse profissional é verdadeiro consigo e com os demais. Não inventa uma personagem para se adequar ao ambiente, às pessoas ou à situação.

Isso porque bom senso e adaptação são importantes quando ao se relacionar com as outras pessoas. Mas uma pessoa nunca deve se permitir perder sua essência para se ajustar.

É necessário que isso seja ressaltado, até porque em um passado não muito distante “vulnerabilidade” e “excelência profissional” jamais seriam lidas em uma mesma frase.

Que bom que essa realidade vem mudando. O profissional “sabe tudo” não é insubstituível.

Aqueles que sabem dizer “não sei fazer, mas quero aprender” ou “desculpe, eu errei” são pessoas que sabem que, seja na vida profissional ou na vida pessoal, onde quer que estejam, o trabalho sempre será em equipe e erros podem acontecer.

Ainda que não devam se repetir.

Saber suas qualidades, se dedicar em aprimorar essas habilidades, aprender e reaprender algo a cada dia são pilares desses profissionais tão desejados nas empresas.

Assim eles aprimoram sua habilidade de liderança e se relacionam melhor com seus liderados e superiores.

Humildade em reconhecer as limitações e pedir ajuda

Com estas características, esse tipo de pessoa sabe que ninguém é 100%, 100% das vezes em 100% das atividades.

Trabalhos realizados em equipe são mais produtivos. Por isso, saber ouvir e prestar atenção no que está sendo dito facilita a tarefa.

Ideias compartilhadas crescem. Cada um acrescenta um ponto e, por fim, a tarefa é realizada muito melhor do que foi inicialmente projetada.

Saber a hora de pedir ajuda, de aprender algo novo, de mudar de ideia, de ouvir outras opiniões não é uma fraqueza, pelo contrário, demonstra que você é uma pessoa em evolução.

Focar na solução de problemas e buscar não repeti-los

Quando um problema acontece em uma empresa é bem comum iniciar a caça às bruxas: “de quem é a culpa?”

Um culpado sempre existirá, seja ele o responsável ou não pelo erro.

O comportamento e a liderança de um profissional insubstituível busca esclarecer o fato, não apontar um bode expiatório.

O que aconteceu? Por quê? Poderia ter sido evitado? Como? São necessárias mudanças na forma como as coisas são feitas? Quais? Como serão implementadas? Já que o erro aconteceu, o que fazer para consertá-lo?

Se no percurso forem encontrados culpados legítimos, saber lidar com esta situação também é uma habilidade desse tipo de profissional.

Afinal, o importante é saber onde está o problema, evitar que aconteça novamente e minimizar os danos advindos dele.

Caça às bruxas é só uma forma de achar um culpado e não de resolver o motivo do problema.

Ser um exemplo para a equipe e os demais colaboradores

Quem nunca ouviu a famosa frase “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” que atire primeira pedra.

Se você ainda tem dúvida do poder do exemplo observe uma criança bem pequena, de 2 ou 3 anos e seus pais.

Ela será uma cópia em miniatura deles, queiram os pais ou não.

O aprendizado pelo exemplo é poderoso. E quer um exemplo melhor do que ter uma pessoa insubstituível ao seu lado, principalmente no âmbito profissional?

Aquela pessoa que se importa com o todo. Que não deixa o lado humano de fora assim que entra pela porta da empresa. Que age com ética e não passa por cima dos outros.

O comportamental é a razão para a demissão, não o técnico

Uma pessoa que não sabe andar de bicicleta, se quiser, pode aprender.

Capacidades técnicas e uso de novas tecnologias são habilidades que podem ser treinadas e desenvolvidas através de cursos. O conhecimento é facilmente repassado para quem tem vontade de aprender.

Por outro lado, características pessoais como caráter, personalidade, bom senso, empatia e interesse, podem ser reflexo do histórico de cada um e exigem muito autoconhecimento para que alguém consiga mudar esses aspectos que tanto impactam em seus resultados profissionais.

A decisão de manter ou não uma pessoa na empresa deveria sempre se basear no que pode ser aprendido e no que é nato de cada ser humano.

Tenha em mente que, insubstituível não é aquela pessoa que “só ela sabe fazer o trabalho”. Analisando friamente, pode-se dizer que é aquela pessoa que faz as coisas da forma correta, com a maior agilidade possível. Com qualidade, pensando no bem comum, que tem coerência em suas ações e que desperta o melhor nas outras pessoas.

Além disso, um líder deve sempre lembrar que pessoas insubstituíveis atraem pessoas insubstituíveis.

Este profissional um dia seguirá seu caminho. Pois se não fosse assim não seria inesquecível, e por ser quem ele é irá inspirar outros a serem como ele.

E para você, o que faz um profissional ser insubstituível?